Criolo, Milton Nascimento and Biba Berjeaut - Me Corte na Boca do Céu a Morte Não Pede Perdão

Me corte na boca do céu, a morte não pede perdão
É o tambor desse destino oblíquo na palma da mão
Abre a porta da lua laranja aos montes quem lhe manjara
É que essa ponta solta é fumaça e chave que chapa a cara

Se os corais tivessem braços e pernas
Pegariam em armas
Pra travar guerra civil com a terra fuzil de sub aquática
O Estado acusa o golpe, fogueteiro não dá vacilo
E o que a faca arranca da cobra, dorme na zoeira do guizo

A mãe preta no barraco, o mundo é injusto
Porque só sobrou pra ela o balaio do peso do amor
E eu me vesti de solidão
Me vesti de solidão
E eu vou pro meio da rua
Carnaval é multidão
Fantasia pra alegoria, teu posto é só uma ilusão
Há uma vaga em aberto na embaixada, há podridão
(E eu?)

Sem Deus no coração, sou só uma unidade de carvão
E o menino carvoeiro, na fé que move a nação
Ao ateu a reza e ao rezado a razão
E que no aterro da desgraça suba o cheiro da comunhão
Soldado morre na guerra do tráfico
Seu pai perguntou
'Porque nobre não manda seu filho pra morrer com anel de doutor?'
Na biqueira o outro filho com quem o irmão soldado trocou
Esticado em duas valas, dois filhos, um pai chorou
É que aqui só morre pobre, isso a TV não mostrou
Ou mostrou e eu nem percebi do sofismo que impregnou

Eu Me vesti de solidão
Me vesti de solidão
E eu vou pro meio da rua
Carnaval é multidão
Fantasia pra alegoria, teu posto é só uma ilusão
Há uma vaga em aberto na embaixada, há podridão

Eu me vesti de solidão
Me vesti de solidão
E eu vou pro meio da rua
Carnaval é multidão
Fantasia pra alegoria, teu posto é só uma ilusão
Há uma vaga em aberto na embaixada, há podridão

Written by:
Jose Henrique Castanho de Godoy Pinheiro, Kleber Cavalcante Gomes, Andre Murilo Laudz

Publisher:
Lyrics © BMG Rights Management

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Criolo, Milton Nascimento and Biba Berjeaut

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