Ana Moura - A Fadista

Vestido negro cingido
Cabelo negro comprido
E negro xaile bordado
Subindo à noite a avenida
Quem passa julga-a perdida
Mulher de vício e pecado
E vai sendo confundida
Insultada e perseguida
Pelo convite costumado

Entra no café cantante
Seguida em tom provocante
Pelos que querem comprá-la
Uma guitarra a trinar
Uma sombra devagar
Avança para o meio da sala
Ela começa a cantar
E os que a queriam comprar
Sentam-se à mesa a olhá-la

Canto antigo e tão profundo
Que vindo do fim do mundo
É prece, pranto ou pregão
E todos os que a ouviam
À luz das velas pareciam
Devotos em oração
E os que à pouco a ofendiam
De olhos fechado ouviam
Como a pedir-lhe perdão

Vestido negro cingido
Cabelo negro comprido
E negro xaile traçado
Cantando pra aquela mesa
Ela dá-lhes a certeza
De já lhes ter perdoado
E em frente dela na mesa
Como em prece a uma deusa
Em silêncio ouve-se o fado

Written by:
Pedro Freitas, Rodrigo Dos Santos

Publisher:
Lyrics © S.P.A.(SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES)

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