Emilio Santiago - Flamboyant

Por quantas noites eu me vi desencantar
Enquanto os palcos desabavam sobre mim
O meu amor então beijava o meu olhar
Dizia:""Vamos lá! Levanta e vai cantar!""

E eu me vestia e ela ia amamentar
Nosso menino era platéia e camarim
E dos seus seios parecia perguntar:
""Meu pai, o que é que há?
Me beija e vai cantar""

E eu sabia que tinha que ir
Pra amenizar toda a dor da cidade
E eu pousava nos pianos por aí
Tal qual um sabiá pousa num flamboyant
Por quantas vezes eu pedi a Deus de manhã
Deixar eu cantar pro Brasil
Abrir o portão, o leite e o pão
E o rabo do cão que diz não quando é sim

Meu amor já na porta de casa
Tendo ao colo o nosso Arlequim
Me dava a impressão de um samba de Tom Jobim

Até que um dia eu resolvi desencantar
E desabei por sobre os palcos do país
O meu amor ainda beija o meu olhar
E eu digo:""Vamos lá! Cantar pra quem chorar""

E eu peço a Deus para poder doar a luz
Que minha voz cumpra a missão de atenuar
Toda a armagura dessa terra de Jesus
E eu digo:""Vera Cruz, canta pra não chorar!""

E pros que cantam nos teus cabarés
Tenham orgulho desta profissão
Pousem nos galhos dos pianos, violões
E a voz é um colibri, nas flores das canções

E todo dia eu peço a Deus pela manhã:
""Conserva-me a simplicidade
Pra ter no portão o leite e o pão""
O rabo do cão que diz não quando é sim

Meu amor está na porta de casa
E o sorriso do meu Arlequim
E um céu de emoções e eu sou uma luz assim
A brilhar, a brilhar, a brilhar

Meu amor sempre à porta de casa
E o sorriso do meu Arlequim
Sou um samba-canção eterno de Tom Jobim
A cantar, a cantar, a cantar

Written by:
PAULO CESAR DE OLIVEIRA FEITAL, JOAO BATISTA MARANHAO FILHO

Publisher:
Lyrics © Warner Chappell Music, Inc.

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